Todos nós, estamos acompanhando o resgate das vítimas do último terremoto que destruiu a cidade de Sichuan na China. Mas o que mais me chama a atenção, não é o desastre em si, é o novo comportamento dos chineses, o modo como estão reagindo à tragédia mudou muito. Há alguns anos atrás, a China, famosa pelo nome de "cidade proibida", sua grande muralha, dinastias ferrenhas, séculos de ditadura, o maior exército do mundo, grande acervo bélico, fria e calculista, crescendo 10% ao ano a custa de trabalhos muitas vezes escravo, jamais divulgaria um acidente desta proporção para a mídia, e muito menos para mídia internacional, também não permitiria a entrada de repórteres estrangeiros como está ocorrendo para cobrir o desastre, e seria auto suficiente no resgate de suas vítimas não permitindo a entrada de ajuda humanitária. Mas o que se vê hoje é diferente, após o terremoto, milhares de países se ofereceram para ajudar, inclusive Taiwan, país que até hoje não teve sua independência reconhecida pela China foram recebidos pelos chineses. Nos rostos dos chieneses agora é possível ver a dor, eles clamam por ajuda, choram suas vítimas, desesperam-se pela perda do filho único. O presidente decretou 3 dias de luto, e com muita lágrimas nos olhos foi aos escombros encorajar seu povo, passou a mão na cabeça de crianças, ofereceu apoio afetivo à população. (Deng não faria isso -ditador conhecido por exterminar estudantes chineses que lutavam pela democracia na praça da paz celestial). A China está mudando. Os bombeiros que estão trabalhando no resgate gritam emocionados a cada corpo encontrado debaixo dos escombros e não desitem, as próprias vítimas parecem resistir a todo esse choque, não querem se entregar, hoje, após uma semana do terremoto foram encontradas duas vítimas que resistiram ao soterramento e saíram com vida! Uma outra revolução está ocorrendo na China. Além do crescimento econômico, também existe o crescimento emocional. A China é um país intenso em todos os sentidos.
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